Os engenheiros têm tentado criar superfícies repelentes de água, mas até agora todas as tentativas de criar armadilhas de ar artificiais tendiam a perder o seu conteúdo ao longo do tempo devido a perturbações externas. Agora uma equipa internacional de pesquisadores da Suécia, Estados Unidos e Coreia aproveitou o que poderia normalmente ser considerado um defeito no processo de nanofabricação para criar uma estrutura de várias camadas de silício que capturam o ar e retêm-no por mais de um ano.
Os pesquisadores imitaram a nanoestrutura das asas de uma borboleta da montanha (Papilio Ulysses) para fazer uma “bolacha” (wafer) de silício que retêm ar e luz. As asas azul brilhante desta borboleta facilmente repelem a água por causa da maneira como as ultra-pequenas estruturas nas suas asas retêm o ar criando uma almofada entre a água e a asa.
Os pesquisadores usaram um processo de corrosão para esculpir poros em micro-escala e esculpir minúsculos cones de silicone. A equipa descobriu que as características da estrutura resultante, que poderiam normalmente ser considerados defeitos, na verdade melhoram as propriedades repelentes de água do silício, criando uma hierarquia de várias camadas de armadilhas de ar. A intrincada estrutura de poros, cones e sulcos também conseguiu reter a luz, absorvendo quase perfeitamente comprimentos de onda um pouco acima da faixa visível.
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