-->

Memória em nanoescala

Ligas metálicas podem ser esticadas ou comprimidas de tal forma que fiquem deformadas uma vez terminada a tensão sobre o material. No entanto, as ligas com memória de forma podem retornar à sua forma original após serem aquecidas acima de uma temperatura específica.

Agora, pela primeira vez, dois físicos da Universidade de Constance determinaram os valores absolutos de temperatura a que nanoesferas com memória de forma começam a mudar de volta para sua forma memorizada, passando assim pela chamada transição de fase estrutural, que depende do tamanho de partículas estudadas. Para alcançar esse resultado, eles realizaram uma simulação de computador usando nanopartículas com diâmetros entre 4 e 17 nm feitas de uma liga de proporções iguais de níquel e titânio.


Até ao momento, os esforços de pesquisa para estabelecer temperaturas de transição de fase estrutural têm sido apenas experimentais. A maioria dos trabalhos anteriores em materiais com memória de forma foi em sistemas de escala macroscópica e usados para aplicações tais como aparelhos dentários, próteses ou dispositivos de regulação de temperatura de petróleo para trens de grande velocidade.

Graças a um método computadorizado conhecido como simulação de dinâmica molecular, Daniel Mutter e Peter Nielaba foram capazes de visualizar o processo de transformação do material durante a transição. Eles mostraram que a estrutura cristalina do material em escala atómica mudou de um menor para um maior nível de simetria, com o aumento da temperatura. Eles descobriram que a forte influência da diferença de energia entre a estrutura de baixa e de alta simetria na superfície das nanopartículas, diferente do que no seu interior, poderia explicar a transição.

Novas aplicações potenciais incluem a criação de nanocomutadores, onde a irradiação laser pode aquecer o material de memória de forma, provocando uma mudança no seu comprimento que, por sua vez, funciona como um interruptor.

Sem comentários: